sábado, 29 de março de 2014

Adolescência [quase] perdida! - Segunda parte.



Antes de continuarmos, vamos relembrar alguns pontos do post anterior. Falamos sobre um pensador nascido antes de Cristo que já enxergava os jovens daquela época de forma idêntica aos do nosso tempo. Diminuímos, até certo ponto, a influência da mídia e das Redes Sociais no comportamento dos nossos jovens. Falamos sobre a FORÇA que eles sentem na adolescência que, na verdade e do ponto de vista bíblico, enfraquece os nossos jovens e discorremos também sobre a preocupação do Senhor em que ensinemos aos nossos filhos, e com perseverança, sobre as leis e os feitos dEle. Vamos então à segunda parte do texto (caso você não tenha lido a primeira parte, sugiro que reserve este texto para depois e leia o primeiro texto Adolescência [quase] Perdida!)

Mas como podemos fazer isso? Como podemos ajudá-los? Primeira coisa é começarmos a nos interessar por eles. Às vezes, por causa desse jeito peculiar do adolescente, dizemos para nós mesmos: “que preguiça disso”. Com esse tipo de reação, mesmo que não falada, mostramos total desinteresse pelas coisas deles. Mas temos que estar mais próximos de nossos jovens. Li um pouco de um livro chamado “Como fazer amigos e influenciar as pessoas”, cujo autor é Dale Carnegie (Ed. Companhia Editora Nacional). Esse livro dizia que uma das maneiras de influenciar as pessoas é mostrando interesse por elas. Mas em hipótese alguma esse interesse pode ser fingido, só para cumprir um protocolo. Tem que ser sincero. Com isso, depois, é certo que nascerá uma amizade. Ser amigo de nossos filhos não é automático. É um exercício também diário com eles.

Deixa eu lhes contar uma experiência recente minha. O meu barbeiro tem verdadeira paixão por pescaria. Não sou entendido do assunto, mas também não sou nenhuma “mosca morta”. Quando vou cortar o cabelo é só começar a fazer algumas perguntas sobre pescaria que ele “desembola” a falar. Ele conta muitas histórias e eu me interesso mesmo por elas. Apesar de não ser pescador, acho interessante tudo aquilo. Ele cita o nome de vários peixes, mas confesso que não sei identificar nenhum. Não me surpreenderia se ele dissesse a alguém que eu tenho um “bom papo”. Não preciso nem mesmo conversar, é só dar atenção sincera.

Outra maneira meus irmãos, é conhecermos o mundo deles. Saber qual é a moda do momento. O ídolo do momento. Tudo!

Vou mencionar algumas coisas da cultura pop do momento. Por exemplo, você sabe o que é hastag, Lol, vdd, bff? Sabe o que é twitter, facebook, instagram? Sabe quem é Demi Lovato, Justin Biber, One Direction? Se eu te disser a expressão Libre Soy ou Let It Go, sabe do que que se trata? Manu Gavassi? 5inco minutos? Porta dos Fundos? São só alguns exemplos. Pode ser que seu filho não se interesse por nada disso e também nem saiba o que são (acho difícil, mas é possível). Mas cada um tem os seus interesses e na maioria não batem com os nossos ou com aquilo que gostaríamos que eles se interessassem. Mas por isso você vai deixar a coisa correr solta?

Meus irmãos, não proponho que você consuma essas coisas. Mas que você as conheça, para que tenha maneiras de se aproximar do seu filho. Em cada uma delas você pode, de alguma maneira, introduzir um ensino do Senhor. Dizer não faça isso, não faça aquilo por que o Senhor não quer ou não gosta, não é o suficiente. Tem que ter sabedoria para isso! A própria palavra nos instrui a não irritar os nossos filhos, para eles não desanimarem (Efésios 6:4, Colossenses 3:21). Falar do Senhor sem sabedoria, às vezes irrita mais do que edifica. Não adianta falar: - Não assista esse vídeo porque é coisa do Diabo. Não perca seu tempo com isso ou aquilo, ao invés disso, por que você não gasta o tempo lendo a bíblia – é um ensino correto, mas creio que não dito da forma correta. Tem que ter sabedoria, tem que levá-lo a se interessar pelas coisas do Senhor por ele mesmo. O jovem, por natureza, é transgressor e se ele pensar que você está o obrigando, é meio caminho andado para não tomar a atitude que você quer.

Conhecer o que seu filho ou jovem que está próximo a você consome, já um bom caminho percorrido para ter a amizade dele e também a sua confiança.

Penso que temos que conhecer as armas do inimigo. E ele tem muitas! Quando o poderoso exército norte-americano se meteu em uma guerra no Vietnã, eles não conseguiram realizar com sucesso a empreitada. E isso aconteceu porque não conheciam as armas que os vietnamitas possuíam. Eles, os vietnamitas, usaram a selva a seu favor, além de utilizarem túneis, que não eram de conhecimento dos americanos, para atacá-los sem que soubessem de onde vinham os tiros. Se conhecem essas técnicas, talvez o resultado poderia ter sido outro.** Sei que em uma guerra, muitos são os motivos para se determinar o perdedor e o vencedor, mas esse, com certeza, foi um dos principais.

Mas também não é para você fazer o mesmo que ele para poder se aproximar. Não é porque ele gosta de rap que você tem que aprender a se vestir como eles e sair cantando e dançando rap. Dependendo, pode ser um tiro no pé! Mas conhecer a cultura deles e de onde surgiu, já é um bom começo.

Li também um livreto que se chama “Como Conduzir Jovens” (Witness Lee, Ed. Árvore da Vida). Esse livreto fala de um fato que talvez você não tenha atentado. O jovem de hoje, por vezes negligenciado por nós, são os levitas, profetas, pastores de amanhã. Quando o seu ministério estiver no fim, são eles que assumirão. Caso você não cumpra com o propósito do Senhor, de passar os ensinos dEle de geração em geração, esses novos ministros assumirão, mas com certeza terão mais dificuldades do que teriam se tivessem sido instruídos na palavra, com amor, com dedicação.

Tenha certeza meu irmão, que o Senhor é poderoso para fazer com que eles, mesmo tendo sido negligenciados, cheguem na fase ministerial deles com muito poder do Espírito e fazendo grandes coisas. Mas a escolha de permitir que Ele faça isso é nossa e se não tivermos convencidos de que Ele é o caminho, vamos pelo que é mais fácil. É natural!

É por esse motivo que muitos jovens ministros do Senhor largam os seus ministérios, pois para o Senhor os lapidar os instrumentos utilizados são mais fortes, pois não foram devidamente instruídos na palavra quando mais jovens, portanto, a transformação na imagem e semelhança do Senhor, de glória em glória, dói mais.

Deixa eu te dar mais um exemplo: Certa vez uma pregadora fez um paralelo entre a circuncisão e as camadas de pecados que existem em nossos corações. Ela disse que ao permitirmos que o Senhor trabalhe em nosso interior, a cada dia vão sendo retiradas camadas dele, como se operasse uma verdadeira circuncisão em nossos corações (Romanos 2:17:29). Permita-me adaptar um pouco esse exemplo, trazendo-o a nos servir. Vocês se lembram das aulas de Geografia? Se lembram das Rochas Sedimentares? “Rocha sedimentar é um tipo de rocha constituída de sedimentos, que são as inúmeras partículas de rocha, lama, matéria orgânica, podendo até mesmo possuir em sua composição restos corpóreos de vegetais e animais.”* A natureza, atuando durante anos, vai acumulando camadas em cima de camadas que formam esse tipo de rocha, ou seja, são formadas por sedimentos. Agora te pergunto: Que ferramenta utilizaria para levantar um pequeno monte de areia e que ferramenta usaria para perfurar uma rocha? São várias as opções, mas creio que a força utilizada, humana ou mecânica, para a areia seria menor do que para as rochas sedimentares.

Meus irmãos, não cuidar dos nossos jovens é permitir que o Senhor use algo mais forte e dolorido para lapidá-los, sempre arriscando a desistência, afinal, quem quer sentir dor!?

Outra informação interessante. James Dobson escreveu um livro chamado “Educando Meninos” (Ed. Mundo Cristão), vou destacar uma pequena parte desse livro:

“Os seres humanos tendem a lutar com perguntas perturbadoras às quais não podem responder. Assim como a natureza abomina um vácuo, o intelecto age para encher o vazio. É por isso que tantos jovens perseguem hoje ‘teologias’ distorcidas e estranhas, tais como a insensatez da Nova Era, a busca do prazer, o uso de drogas e o sexo ilícito. Eles estão procurando inutilmente algo para satisfazer a ‘fome da alma’ e, provavelmente, não irão encontrá-lo. Nem grandes realizações e educação superior podem resolver o quebra-cabeça.”

Para corroborar o descrito acima, Aurelius Augustinus (Santo Agostinho), já dizia lá no Século IV, que o homem possui no coração um vazio do tamanho de Deus***. Meus irmãos, esse vazio só pode ser preenchido por Deus e cabe a você e a nós preenchermos os corações desses jovens.

Mesmo que você, de alguma maneira, não tenha tido o cuidado de seus mentores que sugiro nesse momento, preocupe-se com os seus jovens, peça a Deus para preenchê-lo de maneira que você tenha algo de Deus a oferecê-los. Facilite a vida deles para que eles possam passar às próximas gerações esses ensinos.

O Senhor nos mune das armas necessárias, mas temos que aprender a manuseá-las! Não só isso, temos que conhecer as armas do inimigo. Não saia cantarolando o artista do momento, pensando que assim você vai conquistar o seu jovem, mas conheça-o e ore. Primeiro pelo artista, para que conheça o Senhor, e pelo jovem, para que ele não preencha o vazio da alma dele com algo passageiro e destrutivo.

O assunto, com certeza, não se esgota aqui. Existem “n” livros escritos que nos dão pelo menos um norte de como lidar com os nossos jovens. Só proponho que não deixe que as coisas fiquem como estão por preguiça ou falta de paciência com os gostos deles. Precisamos deles, tanto quanto eles precisam de nós.

Queridos irmãos, não tenho nenhuma formação em psicologia, pedagogia ou algo parecido. Vocês não precisam acreditar em minhas palavras, mas também não as ignore. Submeta ao Senhor e ele lhe mostrará os planos dEle para você e o jovem que está perto de você. Pode ser o seu filho, o amigo do seu filho ou qualquer outro, mas pense que a continuidade do plano do Senhor depende, daqui a alguns anos, deles. Que eles estejam prontos, em nome de Jesus!

Que o Senhor esteja com vocês em tudo!


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