Antes de continuarmos, vamos relembrar alguns
pontos do post anterior. Falamos
sobre um pensador nascido antes de Cristo que já enxergava os jovens daquela
época de forma idêntica aos do nosso tempo. Diminuímos, até certo ponto, a
influência da mídia e das Redes Sociais no comportamento dos nossos jovens.
Falamos sobre a FORÇA que eles sentem na adolescência que, na verdade e do
ponto de vista bíblico, enfraquece os nossos jovens e discorremos também sobre
a preocupação do Senhor em que ensinemos aos nossos filhos, e com perseverança,
sobre as leis e os feitos dEle. Vamos então à segunda parte do texto (caso você
não tenha lido a primeira parte, sugiro que reserve este texto para depois e
leia o primeiro texto Adolescência [quase] Perdida!)
Mas como podemos fazer isso? Como podemos
ajudá-los? Primeira coisa é começarmos a nos interessar por eles. Às vezes, por
causa desse jeito peculiar do adolescente, dizemos para nós mesmos: “que
preguiça disso”. Com esse tipo de reação, mesmo que não falada, mostramos total
desinteresse pelas coisas deles. Mas temos que estar mais próximos de nossos
jovens. Li um pouco de um livro chamado “Como fazer amigos e influenciar as
pessoas”, cujo autor é Dale Carnegie (Ed. Companhia Editora Nacional). Esse
livro dizia que uma das maneiras de influenciar as pessoas é mostrando
interesse por elas. Mas em hipótese alguma esse interesse pode ser fingido, só
para cumprir um protocolo. Tem que ser sincero. Com isso, depois, é certo que
nascerá uma amizade. Ser amigo de nossos filhos não é automático. É um
exercício também diário com eles.
Deixa eu lhes contar uma experiência recente minha.
O meu barbeiro tem verdadeira paixão por pescaria. Não sou entendido do
assunto, mas também não sou nenhuma “mosca morta”. Quando vou cortar o cabelo é
só começar a fazer algumas perguntas sobre pescaria que ele “desembola” a
falar. Ele conta muitas histórias e eu me interesso mesmo por elas. Apesar de
não ser pescador, acho interessante tudo aquilo. Ele cita o nome de vários
peixes, mas confesso que não sei identificar nenhum. Não me surpreenderia se
ele dissesse a alguém que eu tenho um “bom papo”. Não preciso nem mesmo
conversar, é só dar atenção sincera.
Outra maneira meus irmãos, é conhecermos o mundo
deles. Saber qual é a moda do momento. O ídolo do momento. Tudo!
Vou mencionar algumas coisas da cultura pop do
momento. Por exemplo, você sabe o que é hastag,
Lol, vdd, bff? Sabe o que é twitter, facebook, instagram? Sabe quem é Demi
Lovato, Justin Biber, One Direction? Se eu te disser a expressão Libre Soy ou Let It Go, sabe do que que se trata? Manu Gavassi? 5inco minutos?
Porta dos Fundos? São só alguns exemplos. Pode ser que seu filho não se
interesse por nada disso e também nem saiba o que são (acho difícil, mas é
possível). Mas cada um tem os seus interesses e na maioria não batem com os
nossos ou com aquilo que gostaríamos que eles se interessassem. Mas por isso
você vai deixar a coisa correr solta?
Meus irmãos, não proponho que você consuma essas
coisas. Mas que você as conheça, para que tenha maneiras de se aproximar do seu
filho. Em cada uma delas você pode, de alguma maneira, introduzir um ensino do
Senhor. Dizer não faça isso, não faça aquilo por que o Senhor não quer ou não
gosta, não é o suficiente. Tem que ter sabedoria para isso! A própria palavra
nos instrui a não irritar os nossos filhos, para eles não desanimarem (Efésios
6:4, Colossenses 3:21). Falar do Senhor sem sabedoria, às vezes irrita mais do
que edifica. Não adianta falar: - Não assista esse vídeo porque é coisa do
Diabo. Não perca seu tempo com isso ou aquilo, ao invés disso, por que você não
gasta o tempo lendo a bíblia – é um ensino correto, mas creio que não dito da
forma correta. Tem que ter sabedoria, tem que levá-lo a se interessar pelas
coisas do Senhor por ele mesmo. O jovem, por natureza, é transgressor e se ele
pensar que você está o obrigando, é meio caminho andado para não tomar a
atitude que você quer.
Conhecer o que seu filho ou jovem que está próximo
a você consome, já um bom caminho percorrido para ter a amizade dele e também a
sua confiança.
Penso que temos que conhecer as armas do inimigo. E
ele tem muitas! Quando o poderoso exército norte-americano se meteu em uma
guerra no Vietnã, eles não conseguiram realizar com sucesso a empreitada. E
isso aconteceu porque não conheciam as armas que os vietnamitas possuíam. Eles,
os vietnamitas, usaram a selva a seu favor, além de utilizarem túneis, que não
eram de conhecimento dos americanos, para atacá-los sem que soubessem de onde
vinham os tiros. Se conhecem essas técnicas, talvez o resultado poderia ter
sido outro.** Sei que em uma guerra, muitos são os motivos para se determinar o
perdedor e o vencedor, mas esse, com certeza, foi um dos principais.
Mas também não é para você fazer o mesmo que ele
para poder se aproximar. Não é porque ele gosta de rap que você tem que
aprender a se vestir como eles e sair cantando e dançando rap. Dependendo, pode
ser um tiro no pé! Mas conhecer a cultura deles e de onde surgiu, já é um bom
começo.
Li também um livreto que se chama “Como Conduzir Jovens” (Witness Lee, Ed. Árvore da Vida). Esse livreto fala de um fato que talvez você não tenha atentado. O
jovem de hoje, por vezes negligenciado por nós, são os levitas, profetas,
pastores de amanhã. Quando o seu ministério estiver no fim, são eles que
assumirão. Caso você não cumpra com o propósito do Senhor, de passar os ensinos
dEle de geração em geração, esses novos ministros assumirão, mas com certeza
terão mais dificuldades do que teriam se tivessem sido instruídos na palavra,
com amor, com dedicação.
Tenha certeza meu irmão, que o Senhor é poderoso
para fazer com que eles, mesmo tendo sido negligenciados, cheguem na fase
ministerial deles com muito poder do Espírito e fazendo grandes coisas. Mas a
escolha de permitir que Ele faça isso é nossa e se não tivermos convencidos de
que Ele é o caminho, vamos pelo que é mais fácil. É natural!
É por esse motivo que muitos jovens ministros do
Senhor largam os seus ministérios, pois para o Senhor os lapidar os
instrumentos utilizados são mais fortes, pois não foram devidamente instruídos
na palavra quando mais jovens, portanto, a transformação na imagem e semelhança
do Senhor, de glória em glória, dói mais.
Deixa eu te dar mais um exemplo: Certa vez uma
pregadora fez um paralelo entre a circuncisão e as camadas de pecados que
existem em nossos corações. Ela disse que ao permitirmos que o Senhor trabalhe
em nosso interior, a cada dia vão sendo retiradas camadas dele, como se
operasse uma verdadeira circuncisão em nossos corações (Romanos 2:17:29).
Permita-me adaptar um pouco esse exemplo, trazendo-o a nos servir. Vocês se
lembram das aulas de Geografia? Se lembram das Rochas Sedimentares? “Rocha sedimentar é um tipo de rocha
constituída de sedimentos, que são as inúmeras partículas de rocha, lama,
matéria orgânica, podendo até mesmo possuir em sua composição restos corpóreos
de vegetais e animais.”* A natureza, atuando durante anos, vai acumulando
camadas em cima de camadas que formam esse tipo de rocha, ou seja, são formadas
por sedimentos. Agora te pergunto: Que ferramenta utilizaria para levantar um
pequeno monte de areia e que ferramenta usaria para perfurar uma rocha? São
várias as opções, mas creio que a força utilizada, humana ou mecânica, para a
areia seria menor do que para as rochas sedimentares.
Meus irmãos, não cuidar dos nossos jovens é
permitir que o Senhor use algo mais forte e dolorido para lapidá-los, sempre
arriscando a desistência, afinal, quem quer sentir dor!?
Outra informação interessante. James Dobson
escreveu um livro chamado “Educando Meninos” (Ed. Mundo Cristão), vou destacar
uma pequena parte desse livro:
“Os seres humanos tendem a lutar com perguntas perturbadoras às quais não podem responder. Assim como a natureza abomina um vácuo, o intelecto age para encher o vazio. É por isso que tantos jovens perseguem hoje ‘teologias’ distorcidas e estranhas, tais como a insensatez da Nova Era, a busca do prazer, o uso de drogas e o sexo ilícito. Eles estão procurando inutilmente algo para satisfazer a ‘fome da alma’ e, provavelmente, não irão encontrá-lo. Nem grandes realizações e educação superior podem resolver o quebra-cabeça.”
Para corroborar o descrito acima, Aurelius Augustinus (Santo Agostinho),
já dizia lá no Século IV, que o homem possui no coração um vazio do tamanho de
Deus***. Meus irmãos, esse vazio só pode ser preenchido por Deus e cabe a você
e a nós preenchermos os corações desses jovens.
Mesmo que você, de alguma maneira, não tenha tido o
cuidado de seus mentores que sugiro nesse momento, preocupe-se com os seus
jovens, peça a Deus para preenchê-lo de maneira que você tenha algo de Deus a
oferecê-los. Facilite a vida deles para que eles possam passar às próximas
gerações esses ensinos.
O Senhor nos mune das armas necessárias, mas temos
que aprender a manuseá-las! Não só isso, temos que conhecer as armas do
inimigo. Não saia cantarolando o artista do momento, pensando que assim você
vai conquistar o seu jovem, mas conheça-o e ore. Primeiro pelo artista, para
que conheça o Senhor, e pelo jovem, para que ele não preencha o vazio da alma
dele com algo passageiro e destrutivo.
O assunto, com certeza, não se esgota aqui. Existem
“n” livros escritos que nos dão pelo menos um norte de como lidar com os nossos
jovens. Só proponho que não deixe que as coisas fiquem como estão por preguiça
ou falta de paciência com os gostos deles. Precisamos deles, tanto quanto eles
precisam de nós.
Queridos irmãos, não tenho nenhuma formação em
psicologia, pedagogia ou algo parecido. Vocês não precisam acreditar em minhas
palavras, mas também não as ignore. Submeta ao Senhor e ele lhe mostrará os
planos dEle para você e o jovem que está perto de você. Pode ser o seu filho, o
amigo do seu filho ou qualquer outro, mas pense que a continuidade do plano do
Senhor depende, daqui a alguns anos, deles. Que eles estejam prontos, em nome
de Jesus!
Que o Senhor esteja com vocês em tudo!
*Retirado do site: http://www.infoescola.com/geologia/rochas-sedimentares/
**Retirado do site: http://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_do_Vietn%C3%A3
***Retirado dos site: http://pt.wikipedia.org/wiki/Agostinho_de_Hipona
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