sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Conhecendo o Pai


Nos dias de hoje é muito comum vermos nos programas televisivos encontros emocionantes entre pais e filhos que não se vêem a muito tempo ou que nem mesmo se conheceram. Sobretudo nos programas dominicais, assistencialistas em sua essência, que adoram explorar a emoção alheia para alavancar a audiência.

De uns tempos para cá, e já cheguei a compartilhar isso com alguns irmãos, venho pensando nessa situação. Imagino como deve ser difícil para ambos começar um relacionamento de pai e filho, de mãe e filho, de irmãos, sem nem ao menos se conhecerem (me atenho ao último exemplo, a do caso de nunca haverem se conhecido). Entendo que sei agradar alguém próximo justamente porque eu o conheço. Em que pese argumentar que existem situações que agradariam a qualquer um, como educação, honestidade e outras coisas mais, sabemos que existem particularidades em cada pessoa. Aquilo que você gosta, não necessariamente é aquilo que eu gosto.

Pensei na seguinte situação:

Um programa dominical qualquer o apresentador diz:
- Ela sofreu na vida por não conhecer o pai dela - em tom dramático - uma vida inteira sem o carinho do pai, sem ter a oportunidade de abraçá-lo...

E pergunta à pessoa no palco:
- Para aquela câmera, diga o que você quiser para ele, talvez ele esteja nos assistindo nesse momento - no mesmo momento, surge atrás da pessoa um Senhor mais velho, com aparência sofrida pelos anos de trabalho e de ausência da filha que ele procurou e nunca encontrou, que ele sempre quis abraçar e nunca pode.

A filha perdida começar a discursar para câmera 5:
- Eu queria dizer que "amo ele" que meu sonho é conhecê-lo e que se não deu agora é porq... - de repente sente uma mão em seu ombro e vê aquele senhor atrás dela. Apesar de não conhecê-lo, deduz que é o seu pai que tanto procura. Com um abraço longo e apertado as lágrimas descem pelo rosto e uma cena emocionante que toca os telespectadores.

Ibope lá no alto!

Mas e depois, com as câmeras desligadas, sem a narrativa emocionante do apresentador, como será o diálogo dos dois. Não consigo imaginar como seria, mas sei que eles não se conhecem e precisam se conhecer. Se a filha quer agradar ao pai que acabará de conhecer, precisa saber quais são os seus gostos. Se ele gosta de jiló ou não. Se prefere frango assado ou ensopado. Enfim, precisa conviver com o mesmo para conhecê-lo de verdade, para saber o que precisa ser feito para estreitar os laços com ele.

Vejo que com o Senhor é a mesma coisa!

Muitas pessoas hoje tem sido apresentadas ao Pai delas e a emoção fica por conta do ibope que isso dá. Mas quando são desligadas as câmeras é cada um para o seu lado, mesmo que nos olhos do Pai continuem a correr as lágrimas de alegria pelo filho que retorna. 

Quando confessamos o Senhor Jesus como o nosso único e suficiente salvador (João 6:40; Romanos 9:10), nós voltamos à casa do Pai, para que ele comece a cuidar de nós. Mas necessitamos fazer a vontade dEle, senão não entraremos no Reino dos Céus (Mateus 7:21). Jesus diz que só seremos considerados "parentes" se fizermos a vontade do Pai (Marcos 3:35). Cristo conhecia bem qual era a vontade do Pai e nunca fazia a própria vontade (João 4:34; 6:38). Muitas das bençãos prometidas por Deus em nossas vidas passam por fazer a vontade dEle (João 9:31).

Mas eu te pergunto: Você sabe se Ele gosta de jiló, sabe se ele gosta de frango assado ou ensopado? É uma metáfora, mas que serve bem a nós agora. Se você não tiver um relacionamento íntimo com o Senhor, além muros eclesiásticos, não conhecerá a vontade dEle e se enganará com atitudes que, na sua sabedoria parecem certos (Provérbios 16:25), mas não o são na dEle, pois os caminhos e os pensamentos do Senhor são superiores (Isaías 55:8,9).

Você precisa conhecer a verdade para ser liberto de mentiras liberadas a você e em você pelo inimigo (João 8:32). Mesmo que você conheça o seu Pai, o pai da mentira nunca desistirá da sua alma (leia Querem a Sua Alma).

O livro de Salmos, capítulo 25, versículo 14, Revista e Atualizada, nos ensina que "A intimidade do Senhor é para os que o temem, aos quais ele dará a conhecer a sua aliança." Uma das acepções da palavra temer, segundo o Dicionário Houaiss, é "dedicar profundo respeito e obediência a". Esse temor, só se consegue conhecendo aquilo que deve ser respeitado ou obedecido. O brasileiro não temerá o ditador norte-coreano Kin Jong un porque não conhece o que ele é capaz de fazer e também porquê o poder dele não chega até aqui. Mas creio que muitos norte coreanos o temem justamente por saber do que ele é capaz. E tem uma promessa nisso! O Senhor diz que a intimidade dEle é para os que o temem, o conhecem. O original hebraico*, aqui traduzido como intimidade, foi utilizado outras vezes na palavra de Deus no sentido de profunda amizade ou amizade intima (Jó 29:4; 19:19; Salmos 55:14). Quer dizer também, segredo ou secreto. Jeremias 33:3 diz que se clamarmos o Senhor (buscarmos), Ele nos revelará coisas grandes e ocultas, secretas. Buscar ao Senhor é o mesmo que buscar intimidade e assim a nossa amizade com Ele aumentará.

Ao contrário do ditador acima citado, o poder de Deus alcança qualquer lugar e nada lhe é escondido (Eclesiastes 12:14; Hebreus 4:13) e também nada nos separará do amor dEle (Romanos 8:38,39), ele está disponível a você a todo o tempo e em todo lugar. Busque ser intimo dEle para que você saiba fazer a vontade dEle. Descubra o que Ele gosta. Entre no seu quarto, só você e Ele e pergunte se ele gosta de "jiló", se Ele prefere "frango assado ou ensopado", tenho certeza que Ele se revelará a você e, crescendo a sua amizade com Ele, lhe será revelado os Seus segredos.

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