Nosso corpo é muito interessante.
Todos nós (desculpem-me as exceções provenientes de doenças ou acidentes) temos
a capacidade de levantarmos os nossos braços com facilidade e tranquilidade. E
eles, por conta dos nossos músculos, são leves e nem sentimos tanto quando o
fazemos. Exceto claro, quando repetimos um mesmo movimento, com certa
constância, aí o músculo se cansa e temos dificuldade de movimentar os nossos
membros, que ficam, às vezes, até mais pesados.
Certo dia, dormindo em cima de
meu braço, acho que cortei a circulação sanguínea dele. O efeito disso foi
estranho, pois ele “morreu” por alguns instantes. Era esquisito, pois tinha que
carregar o meu braço como se não fosse meu, como se não estivesse em meu corpo.
Era um “peso morto”. No entanto, na medida em que o sangue foi voltando a
circular no meu braço, ele foi tornando à vida. Foi sendo reestabelecida a
minha capacidade de mexê-lo e ele voltou a ficar leve novamente.
Outra forma dos nossos membros ficarem pesados é através do exercício físico. Quando praticamos exercícios físicos, ou seja, esforçamos os nossos músculos, eles podem ficar cansados e pesados, trazendo dificuldades de movimentos ao nosso corpo, mas com isso começamos a condicioná-los cada vez mais a suportar a carga. É sabido que as práticas de exercícios físicos liberam uma série de substâncias em nosso corpo, entre elas a endorfina, que está ligada ao bem-estar e ao prazer. Daí existirem pessoas viciadas em exercícios físicos.
Pensando nesses fenômenos, entendi que o que trás vida ao nosso corpo é o sangue, que se encarrega de levar oxigênio para os nossos músculos e, consequentemente, vida. Sem sangue, não há vida, apenas um peso morto! Não à toa vimos naquela propaganda: DOE SANGUE, DOE VIDA! Já com o exercício físico, mais sangue e mais oxigênio nos seus músculos, ou seja, mais vida!
Sangue é vida!! (Gênesis 9:4; Deuteronômio 12:23; João 6:53,54)
Refleti um pouco sobre isso e percebi um fenômeno parecido em outra esfera.
Quando falamos em Igreja de Cristo, o objetivo é que formemos um corpo, o Corpo de Cristo, que é o cabeça da Igreja (Efésios 5:23, 1 Coríntios 12:27). Esse corpo que formamos é vivo, assim como Cristo o é. Esse corpo também necessita, para a sua manutenção e vida, de sangue. O Sangue da Nova Aliança (Mateus 26:28). O sangue de Cristo, derramado na cruz, nos tirou das trevas, da morte, e nos trouxe à luz, à vida (João 12:46).
Mas o que se vê muitas vezes é que o sangue está estagnado, é que a circulação foi cortada em algum ponto, criando vários pesos mortos na igreja. Muitas vezes, aqueles que estão à frente da igreja é que são responsáveis por esta morte (Mateus 23:13). Mas em muitas ocasiões somos nós que não fazemos por onde, é que não permitimos que “o sangue corra em nossas veias”. Quando nos tornamos esses pesos mortos, fica difícil de sermos carregados, e a liderança não tem força para fazer isso por você. Lembro-me de uma história que ouvi a respeito de uma guerra qualquer: os soldados de um determinado exército não atiravam para matar e sim para ferir, assim o soldado ferido precisaria ser carregado, com isso, pelo menos dois soldados eram destacados para a tarefa, tirando-os de combate, diminuindo, assim, a sua força bélica.
Quando uma igreja tem muitos pesos mortos, o que é comum é você criar cada vez mais cargos e funções na igreja, para possibilitar que se carreguem cada vez mais crentes. Nada contra a quantidade, mas sim quanto a qualidade e o por quê.
E quanto ao exemplo do corpo cansado pelo exercício, o efeito não é parecido? Não ficamos também cansados?
O
Senhor nos exorta que o Reino dele é tomado por esforço (Mateus 11:12 RA). Isso
mesmo, esforço, trabalho, peleja, dia-a-dia. Quando Josué assumiu o lugar de
Moisés, o Senhor lhe disse que ele deveria se esforçar, pois ele conduziria o
povo de Israel à terra prometida (Josué 1:6,7 AA). Também orientou o povo dele
a se esforçar em obedecer ao Livro da Lei de Moisés (Josué 23:6). A palavra
esforçar significa aquilo que se faz com dificuldade e empenho; trabalho,
empreendimento, obra. Ou seja, demanda um algo a mais ao que é de costume, ao
que é normal. Voltando aos exemplos acima, o exercício físico demanda
justamente esse algo a mais, que lhe cansará, mas lhe dará prazer e
condicionamento. É esse algo a mais que o Senhor pede de nós. Esse algo a mais
pode significar mais leitura bíblica, mais oração, mais jejum, mais adoração e
até mesmo, mais tribulação. É um esforço a mais; é algo que lhe trará certo
cansaço, certo peso. Mas um peso vivo, preparado e condicionado... UM PESO DE
GLÓRIA... (2 Coríntios 4:17)
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