Calma
querido leitor, não farei nenhuma crítica cinematográfica do filme “As Aventuras
de Pi”. Mas é apenas um paralelo de uma pequeno caso que aconteceu comigo hoje.
Mas
antes, caso não saiba do que se trata o filme, vai aí uma pequena sinopse:
Pi Patel (Suraj Sharma) é filho do dono de um zoológico localizado em Pondicherry, na Índia. Após anos cuidando do negócio, a família decide vender o empreendimento devido à retirada do incentivo dado pela prefeitura local. A ideia é se mudar para o Canadá, onde poderiam vender os animais para reiniciar a vida. Entretanto, o cargueiro onde todos viajam acaba naufragando devido a uma terrível tempestade. Pi consegue sobreviver em um bote salva-vidas, mas precisa dividir o pouco espaço disponível com uma zebra, um orangotango, uma hiena e um tigre de bengala chamado Richard Parker. (http://www.adorocinema.com/filmes/filme-54343/)
Em
determinado momento, ficam no bote somente o Tigre, chamado Richard Parker e o
personagem principal do filme, Pi Patel (ou seria o tigre o personagem
principal!?), que convive entre o medo do felino e o seu próprio instinto de
sobrevivência.
Devido
as aventuras proporcionadas por essa experiência, o filme retrata uma certa
amizade entre os dois personagens, que tinham que dividir a pouca água que
conseguiam e os poucos peixes que pescavam.
Depois
de muito sofrerem, conseguem chegar em terra seca, onde o Tigre, magro de doer,
vislumbra uma pequena mata ali mesmo na praia e vai, sem ao menos olhar para
trás, deixando o Sr. Patel desolado, uma vez que o tigre não demonstrou nenhum
sentimento de gratidão para com ele.
Hoje
pela manhã, preparando para sair, olhei pela janela e vi um pequeno poodle se
sacudindo todo. Fiquei curioso com aquele fato e fiquei observando. Confesso
que pensei que ele havia pego um rato ou uma cobra, que, se fosse verdade, lhe
seria pouco a alcunha de herói.
Mas
olhando com um pouco mais de atenção, percebi que na verdade aquele pequeno cão
estava era lutando contra um pedaço de arame farpado que havia se enroscado em
seu pêlo. Acredito que tenha prendido em algum lugar de seu corpo e naquele afã
de tentar se soltar ele foi se enroscando cada vez mais. Ele estava preso pela
orelha, pelas patas, no focinho, no dorso, na barriga, enfim, sozinho não lhe
seria possível sair daquela situação.
Saí
de casa e parei o carro do lado dele, e comecei a soltá-lo. Deu um trabalhão!
Não sei nem explicar como ele conseguiu se enroscar daquele jeito, de tão
embolado ele estava. Como essa raça é bem peluda, sendo por isso uma das raças
preferidas para serem criadas dentro de casa. Tive que arrebentar o pelinho
dele para soltá-lo. Tive medo dele me morder, afinal isso seria instintivo. Sobrevivência!
Ele
parecia bem exausto!
Consegui
soltá-lo e esperei que ele olhasse para mim e começasse a abanar o rabo de
alegria, come se agradecesse pela minha grande obra, afinal, havia literalmente
salvado a vida dele.
Ao
contrário do que pensei, a exemplo do tigre Richard Parker, do filme “As
aventuras de Pi”, que, mesmo após ter tido a vida salva pelo Sr. Patel, foi
embora sem olhar para trás, o pequeno poodle saiu, cambaleando, fraco, e nem olhou
para trás.
Ironicamente
disse a ele – De nada!
Isso
me fez refletir! Quantas e quantas vezes fazemos o bem há alguém e não temos a
gratidão que esperamos?
Tal fato chega a nos ferir intimamente e por vezes até nos arrependemos de ter feito
aquilo.
-
Mal agradecido! – esse é a primeira expressão que nos vem à cabeça!
A
palavra de Deus tem algo a nos dizer sobre isso:
- Quando você der alguma coisa a uma pessoa necessitada, não fique contando o que fez, como os hipócritas fazem nas sinagogas e nas ruas. Eles fazem isso para serem elogiados pelos outros. Eu afirmo a vocês que isto é verdade: eles já receberam a sua recompensa. Mas você, quando ajudar alguma pessoa necessitada, faça isso de tal modo que nem mesmo o seu amigo mais íntimo fique sabendo do que você fez. Isso deve ficar em segredo; e o seu Pai, que vê o que você faz em segredo, lhe dará a recompensa. (Mateus 6:2-4 – NTLH)
Já
até escrevi sobre isso antes (Aplausos), mas essa ocorrência me deu um pouco
mais de experiência nesse assunto.
É
que mesmo conhecendo a palavra e sabendo de tudo isso, insistimos em escalonar
quando o que fazemos merece ou não um agradecimento mais profundo. Tudo com base no tamanho da obra.
Se alguém só tropeça e cai (e aqui digo isso no sentido literal), um obrigado é
suficiente. Se não tiver o agradecimento, nos chateia, mas no máximo por cinco
minutos!
Mas
experimente salvar a vida de alguém, por exemplo. Certeza, quase absoluta, que
iríamos querer toda pompa e circunstância que achássemos sermos merecedores.
O
que têm que ficar claro em nossos corações é que a partir do momento em que
permitimos Cristo entrar em nossas vidas, tudo o que eu, você e qualquer um faz
é para honra e glória Dele.
Devemos
fazer o bem não para que os homens vejam, sim para Aquele que vê em secreto
veja. Pare de pensar em recompensas, benefícios. Façam alegre o coração do
Senhor e o que colheremos será magnífico.
Não
importa se o tigre ou o cãozinho, agora ambos chamados Richard Parker (o último
batizado por mim mesmo), não olharam para trás. Olhe você para o alto e saiba
que fazendo por uma pequena criatura criada e amada por Ele, você estará
alegrando o coração do Senhor. Não importa o tamanho do seu feito, se levantou
alguém de um tropeço ou deixou alguém entrar na sua frente na fila, ou se tirou
alguém do mundo das drogas ou salvou a vida dele. O que importa é o que o
Senhor pensa ao seu respeito e não o que os outros pensam.
Ao Rei eterno, o Deus único, imortal e invisível, sejam honra e glória para todo o sempre. Amém. (1 Timóteo 1:17 - NVI)
Que
a paz do Senhor esteja no corações de vocês!
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