segunda-feira, 16 de junho de 2014

Se eu te disser que sou negro!?


Para dizermos algo, temos que estar carregados das características daquilo que afirmamos. Em qualquer hipótese você tem que ter essa “munição” ou “aparência”, seja argumentativa ou característica.

Existem algumas características do povo negro que temos que destacar:

A primeira delas é que esse povo foi escravizado durante muitos e muitos anos e sofreram como nunca, e na pele, as dores de uma sociedade doente e que se achava superior aos outros. Esse povo, que se achava melhor que os demais, sem perceberem que somos todos iguais, os maltratavam e maltratam, por estarem cheios de si mesmos.

Outra característica é que eles foram escravizados em terra que não era a deles. Foram retirados de seus lares para trabalharem de forma desumana em local desconhecido e sob ordens de pessoas que não tinham a menor compaixão ou vínculo, só queriam sugar toda energia daquele povo para que os seus “palácios” fossem mantidos com todo o “luxo” e sem o menor esforço.

Outro ponto é que para esse povo, na época da escravidão, pelo menos aqui no Brasil, era possível comprar a sua liberdade. Mas era extremamente difícil e era algo para uma vida inteira. Isso se não morressem antes de tanto trabalhar para os seus senhores. Mais quando compravam a sua liberdade, ficavam na berlinda da sociedade, pois não eram aceitos nem mesmo como cidadãos e tinham, apesar da “alforria”, uma marca de eternos escravos (que às vezes permanecem até hoje, infelizmente!).

Mas o mais importante é que para afirmar que sou negro tenho que ter uma marca indelével. Algo que não precisa de ser proclamado, conclamado. As pessoas olham e veem essa marca e já afirmam a sua raça sem precisar de explicações ou sugestões.

Isso mesmo leitor, é a cor da pele!

Essa foto aí embaixo é minha e o que você vê?


Posso fazer o que for que não há meios de afirmar que sou negro, pois falta o requisito principal para eu poder fazer tal afirmação. Eu não tenho a pele negra! Se não tenho a pele negra não há meios de eu ser identificado como tal, concorda?

Se sou negro, as pessoas assim me identificam, sem precisar de mais nada para isso. Se não sou, não sou; e não há meios de ser diferente.

Coloquemos a palavra de Deus nessa história:

Se afirmo que sou de Cristo, tenho obrigatoriamente que carregar certas características que me diferem daqueles que não proclamam a mesma fé, essas características também são indeléveis.

A primeira delas diz respeito exatamente à escravidão. Vejamos o que se passou com o povo de Deus. Os hebreus entraram na terra do Egito “pela porta da frente”, pois o filho querido de Jacó (Israel) havia se tornado Governador do Egito e só estava abaixo do Faraó (Gênesis 41:39,40). Todo aquele povo foi recebido ali justamente por causa da relação que tinham com José, que pelo nome do Senhor havia feito grandes coisas naquela terra. Depois da morte de José (Gênesis 50:22-26) ascendeu ao trono do Egito um novo Faraó que nada sabia a respeito dele e temeu o numeroso povo hebreu que ali estava, resolvendo escravizá-los e obrigando-os a trabalhos forçados (Êxodo 1:8-14).

E hoje, o que nos escraviza? Hoje o homem é escravo do pecado (Romanos 6: 6, 16, 17, 20; 2 Pedro 2:19). No entanto, muitos de nós, mesmo aqueles que confessaram a Cristo, parecem que optam por permanecerem no pecado não usufruindo da liberdade que temos em Cristo (Salmos 119:45; Lucas 4:18; Romanos 8:21). Gálatas 5:1 – NVI diz que “Foi para a liberdade que Cristo nos libertou. Portanto, permaneçam firmes e não se deixem submeter novamente a um jugo de escravidão.” Em seguida, a palavra de Deus alerta-nos para não utilizarmos a nossa liberdade para darmos ocasião à carne (v. 13). De igual modo Pedro também faz esse alerta, dizendo que devemos viver “...como pessoas livres, mas não usem a liberdade como desculpa para fazer o mal; vivam como servos de Deus.” (1 Pedro 2:16)

Meu irmão, seja verdadeiramente livre em Cristo!

Outro fato interessante é quanto ao local onde estamos hoje. Quando a palavra trata sobre os exemplos de fé (Hebreus 11), temos a história de Abraão. Vamos ler os versículos 11 ao 16 – NVI:
Pela fé Abraão — e também a própria Sara, apesar de estéril e avançada em idade — recebeu poder para gerar um filho, porque considerou fiel aquele que lhe havia feito a promessa.
Ou Pela fé, Sara também, que era de idade avançada, pôde ter filhos,
Assim, daquele homem já sem vitalidade originaram-se descendentes tão numerosos como as estrelas do céu e tão incontáveis como a areia da praia do mar.
Todos estes viveram pela fé, e morreram sem receber o que tinha sido prometido; viram-no de longe e de longe o saudaram, reconhecendo que eram estrangeiros e peregrinos na terra.
Os que assim falam mostram que estão buscando uma pátria.
Se estivessem pensando naquela de onde saíram, teriam oportunidade de voltar.
Em vez disso, esperavam eles uma pátria melhor, isto é, a pátria celestial. Por essa razão Deus não se envergonha de ser chamado o Deus deles, e lhes preparou uma cidade.

Percebem? O Senhor nos prepara uma outra pátria. Uma pátria livre do pecado que nos prende, do pecado que nos escraviza. Você quer ter com Ele? Ser livre? Então entregue a sua vida a Ele! Mesmo você que já o conhece, entregue TUDO, para que não voltemos a nos escravizar novamente.

Se algo te impressionou até agora, aqui vai o melhor! O preço da sua liberdade! Nos tempos dos negros escravos, eles podiam comprar a sua liberdade, o preço era alto e, às vezes, custava uma vida inteira de trabalho. Mas você não precisa de uma vida inteira trabalhando para comprar a sua liberdade! O preço da sua liberdade já foi pago e por um alto preço (inestimável!).

O preço é o sangue do filho unigênito do Pai Celestial (João 3:16; 1 Corintios 6:20, 7:23). Meu irmão, você não precisa gastar a sua vida inteira “trabalhando” pela sua liberdade. Não gaste-a com isso. A sua carta de alforria já está pronta e foi escrita e assinada a pelo menos 2.000 anos atrás.

Aí você me pergunta: Como consigo “cópia” da minha carta? É só confessar a Jesus Cristo como Senhor e Salvador de sua vida (Romanos 10:9) e você será salvo de sua escravidão, será liberto do que te prende, do que te domina. E a carta será impressa em seu coração, você simplesmente saberá que É LIVRE EM CRISTO (Jeremias 31:33; Isaias 30:21)!

Quando o Senhor colocar a lei dEle em seu coração, você será verdadeiramente livre e saberá, pelo Espírito Santo, o caminho que deve seguir.

Mais aqui cabe um alerta. Os negros escravizados, quando compravam a sua liberdade, ficavam à margem da sociedade. Não raro, permaneciam trabalhando para os seus senhores, pois não tinham para onde ir. Hoje, quando eu e você aceitamos a Cristo como nosso Senhor e salvador, sempre corremos esse mesmo risco. É que não sabemos lidar, pelo menos em um primeiro momento, com a liberdade que temos em Cristo. Não raro, assim como os escravos, voltamos a nos permitir escravizar pelo pecado. Às vezes essas atitude é para nos sentirmos aceitos pelo sociedade e para voltarmos às velhas práticas escravagistas, pois “é o que sabemos fazer”. Leiam de novo Gálatas 5:1 e 1 Pedro 2:16.

No entanto, o mais importante de tudo isso é a marca indelével de que você é de Cristo. O negro é negro porque a cor da pele dele é negra. Não há meios, ao menos conhecidos por mim, de uma pessoa de cor de pele clara se tornar negra (apesar de já termos visto o contrário e muitos termos repudiado isso). À exceção de alguma doença que ataque a pigmentação da pele, a pessoa não precisa afirmar que é negra, pois já é possível afirmar isso sem que a pessoa se autoproclame negro.

Tem que funcionar assim também para os Cristãos! Temos que carregar marcas em que as pessoas nos identifiquem como cristãos, sem nos autoproclamarmos como tais. Sei que não devemos negar a Cristo e o ponto não é esse. O ponto é nós dizermos que somos e as nossas “marcas” não condizerem com isso. A Palavra de Deus nos traz muitos desses exemplos, mas destacarei primeiramente o que está em Gálatas 5: 22, 23-NVI:
Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Contra essas coisas não há lei.

Essas são marcas que se você as proclama, podem fazer com que tenha de si mesmo um conceito não muito equilibrado, o que a Palavra nos exorta a controlarmos (Romanos 12:3), sob pena de extrapolarmos o limite da humildade. Não deve existir esforço humano para exalarmos tais marcas; ou você as têm ou não as têm, mas o Espírito do Senhor sempre estará lá para imprimi-las em você, basta permitir.

Outro ponto importante, penso eu, é com relação às perseguições. Todo aquele que se declara cristão genuíno, sofrerá as mais diversas perseguições. Essa também é uma marca importante. Jesus Cristo disse que “bem aventurados os perseguidos por causa da justiça, pois deles é o Reino dos Céus.” (Mateus 5:10-NVI) Existe uma ligação clara entre o Reino dos Céus e as perseguições. Jesus também disse que seríamos odiados por causa do nome dEle (Mateus 24:9).

Tais exortações se repetem diversas vezes na Palavra de Deus. Paulo dizia em 2 Timóteo 3:12 - NVI: “De fato, todos os que desejam viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos.” É quase uma simbiose! Sem um o outro não existe ou não vive de forma satisfatória.

Paulo afirmava que trazia em seu corpo as marcas de Jesus (Gálatas 6:17). Essas marcas não são marcas físicas, embora tais também existissem, mas marcas de um viver para Cristo! Ele sofreu perseguições, foi espancado, passou fome e nem por isso deixou de ser amável, paciente, persistente e todas as outras marcas que Cristo nos deixou.

Ele, Paulo, ainda afirmava que apesar de não ser dos apóstolos de Jesus, trazia consigo as marcas de um: sinais, maravilhas e milagres, conseguidos com grande perseverança (2 Coríntios 12:12).

Queridos irmãos e irmãs, a religião não é capaz de produzir tais marcas. São meras regras humanas adaptáveis às situações cotidianas. Apesar de existir tantas religiões ou sub-religiões que se autodenominam cristãs, o que mais vemos e sentimos é que muitos dos nossos irmãos carecem de carregar essas marcas. Seja porque não foram levados a elas, seja porque não as querem carregar, por julgá-las pesadas demais, ou, até mesmo, por não acreditarem nelas, afinal “o mundo evoluiu”. Afirmar simplesmente que é Cristão não é suficiente para essa identificação. Você precisa ter essas marcas indeléveis de que o é.

Não basta para mim dizer que sou negro, preciso ter a marca identificadora, qual seja: TER A PELE NEGRA! Mas para ser cristão a marca que carregamos é Cristo e para essa, basta nascer de novo e viver para Ele.

SIMPLES ASSIM!

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